Um dos grandes desafios da indústria brasileira é a dificuldade de encontrar profissionais qualificados para atender às demandas do mercado. O consultor Eduardo Ferraz, diz que o país está no meio de um grave apagão de mão de obra. "Não me refiro a engenheiros e advogados, mas em nível técnico de segundo grau. A indústria está pagando um preço muito caro por isso", afirma o especialista em de Gestão de Pessoas, informando que a situação é resultado da crise da educação no país. "No Brasil, 75% das pessoas não são plenamente alfabetizadas. As indústrias estão desesperadas por mão de obra qualificada", ressalta.

No setor gráfico, faltam profissionais em todas as áreas. O empresário José Roberto Lobraico da Silva, proprietário da Gráfica Original, de Porto Alegre, comenta que há falta de candidatos preparados para atender funções técnicas, como impressor, talonador, orçamentista e arte-finalista. "Eles possuem conhecimentos muito básicos. Aí é o só patrão que acaba tendo que investir", afirma. Para suprir essa lacuna, ele conta estar investindo em novas tecnologias.

A situação também é sentida pelo proprietário da Rota Indústria Gráfica, de Estrela, Henrique Purper. "Impressor, por exemplo, a gente mesmo tem que formar. Não existem profissionais deste tipo no interior do Estado", queixa-se o empresário, citando que operadores de equipamentos estão ainda mais escassos. "Eles são formados em cursos técnicos da capital. Os melhores têm emprego garantido e acabam sendo absorvidos pelo próprio mercado das grandes cidades".

Purper também tem dificuldade para contratar pessoas para tarefas mais pesadas. "Não se consegue mais gente para trabalhos braçais, como serviços gerais. Os jovens querem mais é ficar no computador, dentro do escritório", completa.

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