Baixa será em função da operação da planta de Eldorado, em Três Lagoas (MS)

Por Andrea Berzotti

05/04/2012 - O ano de 2012 é positivo, comparado com o ano anterior. Porém, para os meses de novembro e dezembro, os preços praticados da celulose devem ter uma queda. É o que indica um levantamento feito pela Tendência Consultoria. A queda nos preços ocorrerá somente, caso a planta de Eldorado, que está sendo construída em Três Lagoas (MS) e considerada como a maior indústria de celulose branqueada do mundo, entre em operação mesmo em novembro. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, a previsão continua a mesma de começar as operações em caráter experimental em novembro deste ano. Mais de 70% do complexo já foi instalado, iniciando agora a fase de montagem.

"A previsão de queda dos preços da celulose para os meses finais de 2011 é relativamente pequena", destaca Walter de Vitto, analista da Tendência Consultoria, que acredita que os valores não vão ficar tão altos, como estavam no ano passado. A possível queda, em função da operação da Eldorado, é justificada por conta da oferta, que vai criar uma sobra no mercado. "A previsão é que os preços se recuperem em breve e a demanda volte a crescer", mostra.

Para ele, o mercado europeu já dá sinais de estabilidade: Estados Unidos começou a se reerguer nas compras, mas de uma forma mais lenta. Já a China, apresenta uma aceleração nas vendas, que segundo ele, há uma demanda crescente.

2012 positivo

Segundo Vitto, para esse primeiro trimestre a previsão é um aumento nos preços da celulose, o que confirma a expectativa de grandes indústrias, como a Suzano, por exemplo, que já sinalizou que reajustes podem ocorrer até o final do semestre.

No entanto, durante esse ano, os preços de celulose devem ficar abaixo dos praticados nos últimos dois anos, mesmo que acima da média verificada desde 2003. De acordo com o analista, a perspectiva para os preços da fibra curta foi revisada - a previsão é de queda de 9,2% em relação a 2011, o que equivale a US$ 733,1 por tonelada. A projeção anterior era uma redução de 12,8%. Já para a fibra longa houve uma redução marginal para queda de 14%, antes 12,5%, totalizando US$ 824,1 por tonelada. "A demanda está crescendo, não tão forte, como antes da crise da Europa, o que em tese, segura as cotações", explica.

O analista destaca ainda que as previsões são positivas para 2012, comparada ao semestre anterior, período que o setor sofreu bastante.